sexta-feira, 18 de julho de 2014

SOBRE INTERVENÇÃO URBANA



Diferentes temas e intenções movem artistas do mundo inteiro a trabalhar, desde as questões políticas engajadas até as ecológicas e sociais. Estas são exploradas a partir de formas e materiais criativos e inusitados, utilizando técnicas expressivas tradicionais e simples, bem como aquelas mais complexas que exigem em seu planejamento e execução. Realizam trabalhos de modo individual ou coletivo.
  Com a intenção de ilustrar esta diversidade de temas e modos de expressão, apresentamos a seguir alguns dos artistas de destaque no mundo e no Brasil, que trabalham com intervenção urbana. Diversos desses artistas utilizam em sua trajetória artística variadas formas, materiais e técnicas, tais como pintura, grafite, escultura, instalação, entre outras. Dentre os artistas mais conhecimentos estão:

Banksy, artista inglês, que não revela sua identidade nem se apresenta em público.
                                       

                                          Outside – Disponível em: http://banksy.co.uk/out.asp

                                          Outside – Disponível em: http://banksy.co.uk/out.asp



Atividade:

 Conhecer mais obras deste artista através do site oficial: http://banksy.co.uk/menu.asp

 Após conhecer as obras apresentadas pense e discuta com a turma sobre qual(is) a(s) temática(s) e/ou intenção(ões) que você entende que o artista trata em seus trabalhos.

 Assistir ao documentário: Exit Through The Gift Shop (Legendado em português). 1h26’06’’



 Sinopse
   Documentário assinado pelo mítico artista de rua Banksy, que traça a história de um movimento, a street culture. O documentário segue vários artistas, alguns dos quais considerados hoje estrelas, entre os quais o próprio Banksy que apesar do anonimato é um dos mais famosos artistas britânicos, ao mesmo tempo que perspectiva o valor da arte e o que é ou não considerado autêntico hoje em dia.
     Ao finalizar o vídeo comentem o que acharam mais interessante no documentário.


Mark Jenkins, artista norte-americano.

Besancon – Disponível em: http://www.xmarkjenkinsx.com/outside.html



Sweeper de 2010 – Disponível em: http://www.xmarkjenkinsx.com/tapesculpture.html




Atividade:

Conhecer mais obras deste artista através do site oficial: http://www.xmarkjenkinsx.com/
Após conhecer as obras apresentadas pense e discuta com a turma sobre qual(is) a(s) temática(s) e intenção(ões) que você entende que o artista trata em seus trabalhos.


Sean Martindale, artista canadense. Realiza intervenções em espaços públicos e semi-públicos.

Collaborative project started in 2009 with Eric Cheung (AT.AW.).




Atividade

     Conhecer mais obras deste artista através do site oficial: http://www.seanmartindale.com/
    Após conhecer outras obras do artista pense e discuta com a turma sobre a temática dos trabalho, se considera importante ser tratada e o motivo.


Karen Abel, artista canadense.
    Conheça um dos projetos de intervenção urbana realizada  pela artista.

Brock Ave PBR Flowers. Disponível em: http://karenabel.ca/projects/brock-ave-pbr-flowers/






     Uma obra efêmera construída a partir de caixas de cerveja descartadas, encontrados em um vaso de concreto na rua Brock Avenue e Bloor Street West, em Toronto. Os Brock Ave PBR Flowers durou alguns dias - desaparecendo lentamente conforme eram 'levadas’ por transeuntes.

Atividade

    Conhecer mais obras da artista através do site oficial: http://karenabel.ca/projects/
   Após conhecer as obras apresentadas, pense e discuta com a turma sobre qual(is) a(s) relação(ões) que podem ser estabelecidas entre que o trabalho de Karen Abel e Sean Martindale. 



HA Shult - artista alemão.  

    A fauna social das cidades e paisagens está no foco de seu trabalho.
   Desde 1996 desenvolve o projeto Action Trash People: “São imagens de nós mesmos. Nós produzimos lixo e nos tornaremos lixo.

Telgte Germany, 2011. The Children of Telgte. Disponível em: http://www.haschult.de/action/trashpeople


Poble del Mar, Barcelona, ​​2013. Disponível em: http://www.haschult.de/action/trashpeople



Atividade: 

   Assistir ao vídeo Trash People by HA Schult. 
  A turma deverá pensar o espaço urbano como um campo de ação artística. Verificar as especificidades da cidade que moram, e escolher uma rua ou uma praça, enfim um lugar, para realizar proposições poéticas, que estabeleçam tensões e diálogos.

Néle Azevedo artista brasileira. 

  Pesquisadora independente, vive e trabalha em São Paulo. Realiza diferentes intervenções efêmeras no espaço urbano e arquitetônico.
 O projeto de ação urbana, Monumento Mínimo, vem sendo realizado em cidades de diferentes países e culturas. São inúmeras esculturas em gelo colocadas a derreter em espaços públicos. Essa proposta teve início em novembro de 2001.



Atividade:  

 Conhecer este e outros trabalho da artista – Néle Azevedo.
 Assistir ao vídeo: Minimum Monument in Florence  Itália (2'07''), intervenção urbana realizada em outubro de 2008.
 Pesquise a respeito do objetivo deste projeto realizado pela artista. Monumento Mínimo.   Compartilhe com a turma o que entendeu de sua pesquisa.

Eduardo Srur, - artista visual brasileiro.  

 Conhecido por suas intervenções urbanas na cidade de São Paulo. Realizou uma intervenção urbana no rio Tietê – 2008. A obra é composta por esculturas gigantes de garrafas pet instaladas no talude de concreto nas margens do rio. Com esta obra o artista reativou visualmente o maior rio metropolitano e propôs a reciclagem do olhar para milhares de pessoas que circulavam diariamente nas marginais.




PETS, 20 garrafas de 11 metros de comprimento espalhadas pelo Rio Tietê, SP.
                                 disponível em   http://www.eduardosrur.com.br/#!untitled/zoom/c10ph/image30b


Atividade: 

    Asssitir ao vídeo: Pets. Intervenção urbana nas margens do rio Tietê, São Paulo, SP. 



    Fazer um projeto para realização de uma intervenção urbana na sua cidade. Escolha o lugar que considera importante que seja realizada a intervenção.





   Recurso expressivo que vem sendo utilizado em arte urbana e visto em diversas partes do mundo. Os “fios de guerrilha” se refere às obras confeccionadas em tricô ou crochê que visa recuperar o meio ambiente, especialmente o espaço urbano, e é também um símbolo do típico ofício feminino. Não se tricota apenas para embelezar a cidade, mas principalmente se faz uma declaração política, trata de questões feministas e inspira conversa sobre o papel das mulheres tradicionais.

Magda Saye é uma artista têxtil que vive e trabalha em Austin, Texas. Seu trabalho começou como uma maneira de levar seu tricô para as ruas, estilo grafite, iniciando uma revolução têxtil que varreu o mundo.

Disponível em ;http://knitta.com/about/


Mexico city bus. Disponível em: http://www.magdasayeg.com/home.php


Ute Lennartz-Lembeck, artista alemã.

   Fundadora do grupo de tricô de guerrilha alemão B-Arbeiten, tornou-se uma espécie de embaixadora da guerrilha tricô. Ela instala suas peças abertamente durante o dia, em vez de tentar o anonimato. Ela é mais conhecida por cobrir a árvore em Velbert foto abaixo, e para fazer pequenas peças com palavras como "Idee" (ideia), "Raum" (espaço), e "Mut" (coragem).

 Velbert, Germany, Mai 2012 - one year old. Disponível em: http://www.ute-lennartz-lembeck.de/index.html




Letícia Matos, gaúcha que transforma tricô em arte de rua embelezando espaços urbanos. Seus trabalhos são conhecidos como 13 Pompons.




Atividade: 




A expansão da publicidade nas cidades levou alguns artistas de rua e cidadãos a mudarem parte de seu entorno com conteúdos que realmente carreguem mensagens importantes.
As ruas, estações de metrô e alguns parques em Paris estão vendo sua paisagem se transformar em uma sala de exposições com a "OMG, Who Stole my Ads?" (Meu Deus, quem roubou meus anúncios?), uma intervenção do artista francês Etienne Lavie. Sua proposta é colocar pinturas clássicas francesas nas placas e outdoors de publicidade para não apenas reconquistar um lugar onde os cidadãos podem apreciar a arte, mas para permitir mais opções de apropriações dos espaços públicos.
A montagem desta intervenção foi feita pelo próprio artista e corresponde à “arte urbana de guerrilha”, que consiste em transformar o espaço público através de exposições de arte. Neste trabalho, além da recuperação de espaços destinados aos cidadãos, percebeu-se a quantidade de espaços repletos de mensagens publicitárias em vez de mensagens realmente úteis aos cidadãos.

Etienne Lavie, em seu site oficial, apresenta seu trabalho realizado em Paris e Milão. 

Série: OMG who stole my ads? Paris.
                                         Disponível em: http://etiennelavie.fr/galleries/omg-my-ads/  


Série: OMG who stole my ads? Paris.




Atividade:


Projeto e execução de Poética Visual para Intervenção Urbana
(Trabalho prático individual ou em grupo de até 3 integrantes)
Tema ou assunto a ser explorado
   A partir de uma temática a ser escolhida por você, ou pelo grupo, realize um projeto em poética visual de um trabalho artístico efêmero, vinculado a ideias/expressões de denúncia e/ou reflexão, ou simplesmente razões de exploração estética de algum material ou técnica.
    Escolha também um (ou mais) artista(s), que realiza(m) intervenção urbana, dentre aqueles que são apresentados neste Blog, cujo trabalho e processo de criação possam servir como referência para o seu projeto.
  Inicialmente é importante fazer uma pesquisa de imagens relacionadas ao assunto, fotografias da mídia ou das artes visuais que envolvam o seu tema, pois estas poderão servir de ajuda no seu processo de criação.
    Definida a temática, pense em dois espaços onde poderá realizar a intervenção artística, ou expô-la, um espaço dentro da escola e o outro no entorno da escola. Certifique-se que os locais escolhidos “dialoguem” com a intervenção artística, instalação, ou exposição do objeto produzido. Se o espaço escolhido for, por exemplo, para uma instalação, ela deverá ter algumas características que se relacionem com o local, seja por sua forma, cor, textura e/ou dimensões.

Materiais e técnicas expressivas a serem utilizados no processo
  É livre a escolha dos materiais e recursos para a reprodução de imagens (algumas já exploradas em aula, como: estêncil – neste caso com uso da reprodução sobre o papel e não sobre as paredes; stickers, monotipias, fotografia entre outros). Poderá ser utilizada palavras chaves, textos ou poesia.
   Caso deseje explorar outras técnicas e materiais para produzir esculturas e/ou instalações, além daquelas que foram apresentadas em aula, ou alguma pesquisada pelo estudante, deve ser combinado com a professora sobre sua possibilidade de exploração em horários de aula ou extra-aula.
    É fundamental que se escolha materiais e recursos que não danifiquem os espaços.  
    Após o estudante, ou o grupo, definir os requisitos solicitados: tema definido; o(s) artista(s) e as imagens que serviram de referência; o tipo; os recursos e materiais; o local indicado para a intervenção ou exposição, deverá ser entregue à professora numa data previamente combinada. Após isso serão providenciadas os recursos e materiais necessários, oficinas práticas, se for o caso, e a liberação dos espaços na escola e espaço público para a apresentação do trabalho artístico.

Referências:

Intervenção Urbana » intervencaourbana.org. Disponível em: http://www.intervencaourbana.org/. Acesso em: 01.jul.2014.
MAZETTI, Henrique Moreira. Intervenção urbana: representação e subjetivação na cidade. Intercom - sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. Disponível em: http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2006/resumos/R0682-1.pdf. Acesso em: 22.jul.2014.


Bibliografia indicada:
ALVES, José Francisco. Transformações do Espaço Urbano. Porto Alegre: Fundação Bienal do Mercosul, 2006, 135 p. ISBN 85-99501-07. Disponível em: http://www.public.art.br/wordpress/wp-content/uploads/transformacoes_DOWNLOAD.pdf. Acesso em: 22.jul.2014.
BACHELARD, Gaston. A poética do espaço. Tradução: Antonio de Pádua Danesi. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
BOURRIAUD, Nicolas. Pós-produção: como a arte reprograma o mundo contemporâneo. são Paulo: Martins, 2009.
CERTAU, Michel de. Relatos de espaço: A invenção do cotidiano - Artes de Fazer. 8. ed. Petrópolos: Vozes, 1994.
DEBORD, Guy. A sociedade do espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.
PALLAMIN, Vera Maria. Arte urbana: São Paulo região central (1945-1998). São Paulo: Annablume/Fapesp, 2000.
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